casca tipo pele

quarta-feira, dezembro 12, 2007 à(s) 9:24 da tarde

aaah.. larga me pele!

membrana de aluguer! parece que flutuas a roçar os meus pelos.. nem as minhas marcas tens!

sublimação dos medos.. ergues te como uma manta contra o fogo. não aderes, não me espelhas! Isolas me.

o calor fica para lá de ti e eu sinto me estranha com a tua imagem.
quero sair! despe te do meu corpo!

doi me naquele sitio do desespero de mim comigo.

um crime à experiencia

segunda-feira, dezembro 03, 2007 à(s) 7:59 da tarde

a curiosidade matou o gato. ja se sabe.
o photoshop veio tentar me.. e eu nao resisti mais! tinha de pelo menos perceber as maravilhas que uma lente sozinha nao faz.

ficou bonito

para primeiro atentado as minhas fotos.. um crime bonito!

agoraphobia

domingo, novembro 25, 2007 à(s) 4:13 da tarde


e porque nao desisto eu tambem?
(daass..)


m

relance

quinta-feira, novembro 22, 2007 à(s) 7:19 da tarde



















imagens simples. sentimentos complexos

nua vulnerabilidade

à(s) 7:02 da tarde
aguardo me numa posição fetal.
o ambiente incomoda me de tão estéril.. tenho a sensação nítida de que sou mais pequena que o meu espaço, como se a pedra que me toca estivesse ao longe, na lente do que vejo.
sinto apenas a superfície exposta do meu corpo.
admito me assim.
percorro a pele macia que já não disfarça o volume agudo do osso. procuro as minhas mãos emaranhadas nos cabelos escorridos. Protegem me, quase tanto como procuram. percebo as frias, absurda e momentaneamente incapazes.

violência

sábado, novembro 10, 2007 à(s) 3:49 da manhã
sinto me violenta.
o meu sangue corre depressa e arde como ácido. provo o na boca. fico com aquele ar circunspecto e focado. sinto a minha expressão facial desta postura. quase podia ter fendas em vez de pupilas redondas.
respiro breve e ainda mais em silêncio.
não tenho frio com os 4ºC que aqui estão. não estou quente, por isso fundo me com o escuro. desapareço como corpo e sinto me mesmo a meio, acima dos meus olhos.
apetece me estar assim quieta. pairar.. que fluam os laivos das ideias.
apetece me ferir susceptibilidades, fazer perguntas indiscretamente comprometedoras, dizer que as tias também fazem sexo oral, saber que ainda temos preconceitos, sentir me má e sentir me bonita com isso.
visto me cada vez mais de preto. é uma dissimulada forma de violência. como o sexo.

ainda arde..

terça-feira, outubro 16, 2007 à(s) 12:05 da manhã
umas horas depois ainda ardem estas linhas. tem relevo! ainda a reacção à estranheza da tinta.
custou – fechei os olhos. quis morder a língua – ias me dizendo que sim..
assim foi nascendo esta mancha.
não é perfeita e por isso apaixona me. este pedaço de arte.

“Reciprocidade, não é nem será nunca simétrica”


arte de café

quarta-feira, outubro 03, 2007 à(s) 11:02 da tarde
arte - desenhada a fósforo ardido
ass: sujeito do café

ele reconhece me. eu nao

à(s) 10:31 da tarde
que dia de cão.
daqueles que sair de casa já não é um caminho de encontro a uma felicidade. não havia lábios a beijar, não havia presenças conhecidas. aquele sabor a doce que nunca soube descrever.
Racionalizar. encaixar tudo num contexto que eu não quero, que não me seduz. que eu não sei disfarçar aos olhos que me sabem. já não são tantos assim. razões que não me servem. que não rimam nos meus hinos.

mais uma coincidência. aquele sujeito que me desenhou e a ti, reconheceu me hoje.
outra vez bêbado.. abraçou me com aquela calorosa conversa que se desculpa ao álcool. disse me coisas. fez me chorar. ou foi o meu dia? credo..

nascido a 2 de outubro

terça-feira, outubro 02, 2007 à(s) 7:04 da tarde
“If the waves suck you in and you drown
If like you should sink down beneath.. I’ll swim down. Would you? Would you?”

quase como um filho, – mãe nem sempre grata – há questões que suamos no peito, que nos cuidam a pele.

beijo te. atiro me a algo que simplesmente desconheço.. e gosto. e espanto me.
sabes bem.
fechei os olhos e vi me por dentro, nunca muito forte. nunca tão forte. sensual. nunca sozinha ao espelho.
tenho te comigo, tenho um acidente a pensar em ti! tenho este vínculo. tenho este vício.

arde o sol

segunda-feira, outubro 01, 2007 à(s) 6:29 da tarde
ja nao sei se ardia o sol.. se ardia o dia.

black hole sun

segunda-feira, setembro 24, 2007 à(s) 11:41 da tarde
In my eyes
Indisposed
In disguise
As no one knows
Hides the face
Lies the snake
The sun
In my disgrace
Boiling heat
Summer stench
‘neath the black
The sky looks dead
Call my name
Through the cream
And Ill hear you
Scream again

Black hole sun
Wont you come
And wash away the rain
Black hole sun
Wont you come
Wont you come

Stuttering
Cold and damp
Steal the warm wind
Tired friend
Times are gone
For honest men
And sometimes
Far too long
For snakes
In my shoes
A walking sleep
And my youth
I pray to keep
Heaven send
Hell away
No one sings
Like you
Anymore

Hang my head
Drown my fear
Till you all just
Disappear

Soundgarden – Black Hole Sun

(black hole sun wont u come.. oh wont u come..)

o tamanho das nossas mãos

sábado, setembro 15, 2007 à(s) 12:19 da manhã
Voltando ao estado da arte e da ciência..

O que é vestir uma bata branca? O que fazemos de estetoscópio ao pescoço? Que milagres temos para tirar dos nossos bolsos, quando não temos cartola?

Há pacientes que acreditam em alguém com um “ar competente”, ou com uma linguagem mais rebuscada, alguns gostam de muitas ou de poucas palavras. Há gente que só espera que a consulta não demore mais que as habituais receitas.
Pessoas.
Pessoas nas nossas mãos. Condições que nos chocam de tão visuais e outras que pouco se denunciam. Pessoas que gritam, pessoas que sorriem nos meus olhos porque não sabem o que lhes vejo por dentro. Pessoas que acreditam.
Há quem chore, há quem descanse. Há quem desista.
Há todos estes “uns” diferentes que nos procuram, que esperam e exigem de nós tudo o que, como indivíduos e profissionais, lhes devemos. (acho bem)

Estudamos, todos lemos os mesmos livros, todos entramos com mais de 18 de média.. e então? Tudo isto está para lá de uma questão de estatuto.
Quantos de nós já lidaram com a morte?
Quantos passam no corredor e se desviam do senhor de bengala?
Quantos conseguem olhar uma menina deficiente sem desviar o olhar em seguida?
Quantos lhe sorririam ou diriam que é apenas “diferente” dos outros meninos..
Quem vê passar a face pálida de uma senhora de lenço na cabeça?
Quem tem mãos onde caibam todos eles?

O tamanho da minha mão é do tamanho da minha responsabilidade. E isto tudo é do tamanho do meu compromisso.

escondido.. seguro

quinta-feira, agosto 23, 2007 à(s) 12:39 da manhã
dá me uma moeda..uma pequena. uma de prata. dá me na mão. que eu a darei a ti, sombra, para te guardares onde achares melhor.
promete me que ficas viva. promete me que te mostras.. quando nao houver mais nada em mim. promete me que te escondes e nao te deixas tocar..

titulo.. qual titulo?

segunda-feira, julho 30, 2007 à(s) 10:19 da tarde


ja tem mais de um ano esta pic. é um dos lugares onde sempre fui sozinha. porque sempre levei muito em mim.

nesta noite levava o peso do ar comigo. algumas historias escritas em folhas do caderno. fazia quilometros com elas.

e elas quilometros de frases dentro de mim.

vale do sono

à(s) 9:59 da tarde
deitada de costas para o sol que se põe – como se o negasses.. ou não quisesses saber do tempo que vai demorar ate nascer outra vez – o dourado desenha com a sombra os vales das suas costelas arqueadas.
respira devagar e adormece.
o quente do fim da tarde aconchega lhe os cabelos aos seus sonhos. ao chão que tem. ao cheiro que lhe vive da necessidade de tanto. e o que aperta é tanto.

mais de quê

terça-feira, julho 17, 2007 à(s) 9:00 da tarde
"If it was not for the great variability among individuals, medicine might as well be a science and not an art"

Sir William Osler, 1892


(mais ciência ou mais arte?)

li-lo, li-lo

domingo, junho 24, 2007 à(s) 12:39 da manhã
The indecision speaks volumes for all to hear
I clear all paths before me
Thinking in time, without a worrying mind
That I will come to a place of rest
A last caress, perhaps of chance
My hand on your belly, I softly begin to sing
Li-lo, li-lo, li-lo
Pulling from you what little I need
Freeze the moment, make it last
What you have can never rush past

I comply in silence for fear and no trust
To soak the vinegar from your lips
To taste the spy in your kiss
Set me loose upon you all, show me how
I dare not speak, I’m weak, too weak
But my reign shall wreak such terrors upon
Wherever there is
Is pause for alarm

You swore you met a different man
Not the one who bends before you now
You swore you’d love a different sort
Than I who swear all before you

Embrace, forsake, go ahead it makes you
The mistakes don’t stop, let it chase you
I taste, relate, to invade you
No wait, I’ll change, and await you
So cry no tears of missing out
Cry for those who go without


Billy Corgan
- blinking with fists -

the red downstairs

sábado, junho 23, 2007 à(s) 1:19 da manhã

no fim das escadas pinta as unhas de vermelho. vermelho vivo.
naquele recanto de passar a noite, quer sinta o peso húmido dos cabelos, quer sufoque no opaco doce do decote entreaberto.
o cadeirão de veludo preto, sentado no chão a par com a pintura nos tons escuros. as arestas antigas e gastas das mãos suadas.
abraçam-se os joelhos despidos..

..and it tastes foreign.

iguais

segunda-feira, junho 18, 2007 à(s) 12:51 da manhã

tens um sinal nos olhos. tens um como eu. tens uma colecção de vidas choradas e lambidas que eu sei. e tu sabes da minha. da minha caixa de pandora, da minha fé em nada e do meu poder.
se me dizes que consigo. eu sorrio.
talvez mais ninguém mo pode dizer assim. e ser igual assim.

noite de seda

segunda-feira, junho 11, 2007 à(s) 10:36 da manhã
faz tempo. faz tempo da noite em que perdi o medo.
voou com o laço de tule que se desfez.

o lenço dos sonhos

terça-feira, maio 29, 2007 à(s) 6:28 da tarde
chegaste nesse dia, com os olhos vendados. chegaste e eu soltei o lenço preto da tua cara. guardei o enrolado no meu pulso.
fundido no meu braço era a força. era a cumplicidade. era dentro do peito. era um inegavel aperto. eram as lágrimas que queimavam rubras nos seus símbolos.
vi-te depois.. trazia-lo encerrado na tua mão. desta vez atei o de volta aos teus olhos. com a força que acreditava ter. que era nada. que era demasiada.
um lenço que te ardeu as pálpebras e feriu o escalpe. que sangrou o osso. que escorregou do branco vazio que um dia pensaste ver.
apanhei o agora assim do chão, o lenço preto dos símbolos vermelhos que era meu. que é. que sou eu.

paralelos

segunda-feira, maio 14, 2007 à(s) 4:41 da tarde
adoro a singularidade. a dos pontos paralelos.

raízes

quinta-feira, maio 03, 2007 à(s) 2:43 da tarde

porque somos de onde vimos, de cada pedaço de chão que agarra as nossas raízes. dos pontos que convergem na personalidade.

de cada um que nos molda, nos abala, nos prende, nos arde quando as folhas de nós árvores, parecem cair.

barcelona

sábado, abril 21, 2007 à(s) 1:47 da manhã
- casa batlló -
a fotografia que ninguem se lembrou de tirar

ficar

à(s) 12:53 da manhã
encostado ao carro, via-a chegar. tremiam lhe as mãos. sempre que a amava desistia de partir.
a miúda morena caiu lhe nos braços.. desesperadamente doce. demasiado quente aquele corpo que lhe tocava o frio.

pareceu-lhe perfeita a noite de amena. de envolta naquele cheiro dela.
era tão parecido com o jasmim de volta a casa.

um karma de branco

domingo, abril 08, 2007 à(s) 11:55 da tarde
um dia vou gritar ao meu karma. mordo o lábio, abro a porta para a varanda e digo lhe umas. bem alto. (fdp do karma) vou e aperto lhe o pescoço!

não quero mais disto. não quero ser a sorte grande. nem a pequena. quero caber na estatística. ser mais normal às vezes. ser mais calhau. dos calhaus humanos. ser mais fdp ainda que o sr. K

dias brancos, trazem qualquer coisa com o granizo, uma mão que me puxa a orelha. chega ao pé de mim e sopra me um frio, uma consciência inaudível. desperta me (não me tinha sentido adormecer..)
questiono os meus S’s. procuro pelas minhas rectas.. e endireito me.
agora vou à procura do karma. creio que se estendeu para o infinito

magnolia

segunda-feira, março 05, 2007 à(s) 1:19 da manhã
to mom.
from mom.
everything.
magnolia

homenagem

sexta-feira, fevereiro 09, 2007 à(s) 9:48 da tarde

é com essa naturalidade com que bebes de um copo que contemplas o teu redor. inalas as cores e os sons. dão-te a sensação que os conheces. adquiri-los é-te fácil.
para ti o conhecimento não vem só nas letras, pessoas, nas canções e nas notícias. pequenas coisas, nadas para os outros, constroem-te. fazem-te sorrir. fazem-te pertencer a todos os lugares em que pousaste o olhar, em que imaginaste histórias.
trocas fragmentos de ti por aí. roubas pedaços de aí para ti. nada fica mais pobre. tu cresces e perpetuas esses nadas teus.
Deus dos pequenos nadas

white pony

à(s) 1:14 da manhã

..assim.. gravado na tua pele

em outro tempo

segunda-feira, janeiro 22, 2007 à(s) 8:11 da tarde
Nesse outro tempo, eu não vivi.
Era o tempo dos fatinhos brancos. Das amas de pele escura também de branco engomado a enfrentar o calor no ar, descontraídas. É o que dizem as fotografias dos álbuns das folhas grossas e negras.
Miúdos de pés descalços andam pela casca do arroz, escondem as sandálias de borracha atrás das flores do jardim e fogem contentes. Não há maneira da terra vermelha os agredir, pouco mais há que natureza tropical por ali.
Meninos alvos de calções e bordado inglês misturam-se com pernas negras ali no pátio. São-lhes indiferentes de tão familiares. Esperam pela hora em que alguém os chama da grande cozinha para o lanche. Pão-de-Ló e doce de papaia. Chá servido à sombra de uma árvore, para as amigas que vieram de longe lanchar. Parecia que tinham tempo de sobra.
Vivia-se no tempo em que a cor clara da rua entrava pelas casas dentro. O cheiro era uma mistura de goma e carvão, com a fruta amadurecida doce na árvore.
Tinha-se o tempo dos trópicos para tudo. Como era quente. Como se aliviava com uma limonada com muitas colheres de açúcar.

Vivo estes cenários como se fossem meus, de tantas vezes os ouvir contar.
Invejo-os por não sentir a marca desse sol e do ar húmido. Não conhecer os sons da noite. Não saber andar descalça, como as crianças nessa terra. longe.

decomposição

sábado, janeiro 13, 2007 à(s) 12:55 da manhã
cor . luz . distorção
decomposição dos vários tons da coca-cola, como os tons das pessoas vistas a transparências diferentes.

desintegridade

à(s) 12:50 da manhã
Uma palavra a mais.. um milímetro a menos nos espaços da peneira por onde passas.
eras uma pessoa sem sombra. sem nada teu para carregar, apenas palavras alegres, e os males dos outros. ver-te chegar era ver chegar a serenidade amistosa de um quase membro da família.
a tua mão era quente. o teu abraço completo. apertavas-me mais quando me vias pálida de olhos fundos. sabias sempre.
quantas vezes te falei das minhas lágrimas. quantas me pegaste ao colo como a filha que não tinhas?
tenho um eco de traição dentro da cabeça.. palavras que disseste a custo.. são o som que turva o que vejo. o brilho que ficou baço. a pena que se afogou num pingo salgado.. a tua sombra que apareceu sem que houvesse luz.
a desintegridade que não te conheço.

dream on

sexta-feira, janeiro 12, 2007 à(s) 12:22 da manhã
As your bony fingers close around me
Long and spindly
Death becomes me
Heaven can you see what I see

Hey you pale and sickly child
You're death and living reconciled
Been walking home a crooked mile

Paying debt to karma
You party for a living
What you take won't kill you
But careful what you're giving

There's no time for hesitating
Pain is ready, pain is waiting
Primed to do it's educating

Unwanted, uninvited kin
It creeps beneath your crawling skin
It lives without it lives within you

Feel the fever coming
You're shaking and twitching
You can scratch all over
But that won't stop you itching

..Can you feel a little love

Dream on.. dream on

Blame it on your karmic curse
Oh shame upon the universe
It knows its lines
It's well rehearsed

It sucked you in, it dragged you down
To where there is no hallow ground
Where holiness is never found

Paying debt to karma
You party for a living
What you take won't kill you
But careful what you're giving

..Can you feel a little love

Dream on.. dream on


Depeche Mode – “Dream On”

catarse

quarta-feira, janeiro 10, 2007 à(s) 7:31 da tarde
a prateleira enche-se devagar no tempo.
não ha mais espaço e tudo se soma num resultado lábil.. um produto das drogas doces como em pequenos frascos.
até quando.. as primeiras letras se terem apagado.
deu-se o catabolismo do que era simplório e orgânico. o que sobrou no frasco ficou sem cheiro nem rótulo. só inconsistente.
não há mais o nome do mel acre, do veneno mal-tolerado, no papel colado ao vidro.
Catarse. diluir em ácidos o nada que sobra disto. ferver em seco para sangrar o que não foi meu. e anemizar por isso.
cuspir o amargo para não morrer.

3rd look | Powered by Blogger | Entries (RSS) | Comments (RSS) | Designed by MB Web Design | Thanks to Blogger Templates | XML Coded By Cahayabiru.com