chegaste nesse dia, com os olhos vendados. chegaste e eu soltei o lenço preto da tua cara. guardei o enrolado no meu pulso.
fundido no meu braço era a força. era a cumplicidade. era dentro do peito. era um inegavel aperto. eram as lágrimas que queimavam rubras nos seus símbolos.
vi-te depois.. trazia-lo encerrado na tua mão. desta vez atei o de volta aos teus olhos. com a força que acreditava ter. que era nada. que era demasiada.
vi-te depois.. trazia-lo encerrado na tua mão. desta vez atei o de volta aos teus olhos. com a força que acreditava ter. que era nada. que era demasiada.
um lenço que te ardeu as pálpebras e feriu o escalpe. que sangrou o osso. que escorregou do branco vazio que um dia pensaste ver.
apanhei o agora assim do chão, o lenço preto dos símbolos vermelhos que era meu. que é. que sou eu.
apanhei o agora assim do chão, o lenço preto dos símbolos vermelhos que era meu. que é. que sou eu.
Preto cinzas. Vermelho sangue. Branco osso. A frio. Rasgados. É difícil acreditar que um pedaço de tecido consiga cortar tão fundo como o teu lenço. É difícil acreditar como é que um pedaço de tecido tão libertador consiga atar e prender como o teu lenço.
É o preço dos sonhos. É o nosso preço.