pingo

domingo, junho 25, 2006 à(s) 2:45 da manhã


acordei e o relógio parou
nas sete e meia, que raio de hora
antipática.
mas na verdade pareceu-me bem
pareceu-me ilusoriamente cedo.
na noite anterior trovejara
lá fora, de pés descalços
no chão que ainda estava quente,
corria uma sinfonia de luz
relâmpagos violentos
urgentes
como se enviassem
mensagens sérias.
de manhã apenas pingava
água cristalina dos telhados
lavados pela tempestade.
o tempo continuava quente.
a luz era branca e não doía.

3 comentários

  1. catavento Says:

    os pés descalços, na terra quente, que te protege. vejo uma menina pequenina, mais que tu, um rosto de admiração e de curiosidade, perguntando porquês que não têm resposta. imagino a luz branca pacífica envolvendo a menina, relfectindo-se nesses pingos de água cristalina.

    aqui não se sente o calor dessa terra nem a ausência dessa dor.

    (gosto da foto)

  2. Casimiro Says:

    São ou não são noites lindas? No dia a seguir são tantos os telhados lavados e a luz branca é tão mais reveladora...

  3. A. Rodrigues Says:

    Relampagos.. na natureza como na visa servem apenas de aviso para a tempestade que lá vem. Há quem lhes dê importância e conte os segundos entre o relampago e o trovão.. há quem não ligue nenhuma e seja apanhado em plena tempestade..
    eu gosto muito da chuva, principalmente quando o meu carro está sujo e a precisar de ser lavado :)
    a foto está muito bem conseguida (para não variar não é?)

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