sozinho

terça-feira, maio 30, 2006 à(s) 11:39 da tarde
penso em ti. não é sempre, mas penso. talvez seja mais do que aquilo que eu reconheço em mim própria.
penso quando remexo nas minhas coisas antigas, nos meus CD's, nas minhas (poucas) memórias. penso em ti nesta solidão. naquela que eu não senti.. mas não me culpo. não tenho a quem culpar. prefiro nao ler. não lembrar a tua inevitável semelhança comigo. cresci com a tua ausência. tantas perguntas.. como seria se tivesses ficado?
sonho contigo.. que voltas, de branco no escuro. como aquela imagem além. sozinho.
Catarina

life and..

à(s) 7:29 da tarde
..by Brandon Boyd

vertigem..

terça-feira, maio 23, 2006 à(s) 12:32 da manhã
as luzes passam, fundem-se numa contínua. num momento são só uma e única.
no momento em que a lente se permite olhar para o que está á sua frente. fugaz. o momento certo, e a luz é perfeita. no instante a seguir talvez aquele brilho já não fosse o mesmo.. e esmorecesse. o sabor a vertigem. o de ser agora e não daqui a um segundo.

um copo

quarta-feira, maio 10, 2006 à(s) 11:50 da tarde

quanta coisa podia eu escrever sobre um copo.
este tem uma certa semelhança com um copo de imperial.. mas não é. não tem nenhuma marca impressa. duvido que algum dia tenha contido álcool.
este poderá ser mesmo um copinho-de-leite, inocente.. nunca provocou ninguém nem matou a sede com um seu conteúdo fresco e dourado num dia quente de verão.
o copo-de-leite está vazio.
porque não chamar-lhe antes copo-de-chá? na maioria das vezes é isso que contém. chá gelado.
desta vez existe no copo algo que desperta os sentidos. não chega a ser provocador, apenas estimulante.. mas calmo, com um aroma acre e sabor ligeiramente amargo. aliás, já não contém nada, somente algumas gotas.. vestígios. voltar-se-á a encher numa próxima (e cada vez mais) noite longa.

Porto Sentido

sábado, maio 06, 2006 à(s) 10:44 da tarde

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
dirigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
dum rosto e cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa.

by Carlos Tê / Rui Veloso


..andei algum tempo a imaginar esta paisagem que a música cantava. encantam-me as palavras e encantou-me a expressão da cidade. gosto do Porto.

luz vaga

quinta-feira, maio 04, 2006 à(s) 8:34 da tarde
"Luz vaga, muz vesga a tua cruz ... Os teus olhos não são de gente, o teu ar foge para cima. Tens a perna no cimento, tens a mão no pensamento."


..entras-me pela janela. luz vaga. nas noites que se tornam dias.. porque tu chegas. espreitas e entras sem pensar se estou a tua espera. noites em que só fecho os olhos quando tu vens. ja é de dia.

Bela Vista

terça-feira, maio 02, 2006 à(s) 7:45 da tarde
de volta.. sentei-me na esplanada quase vazia, acompanhada por gente diferente da de antes. escolhi o gelado que mais me agradou e olhei em volta. a rua não tinha mudado assim tanto. ou talvez tivesse mudado e eu não saberia reconhecer por nunca a ter olhado com calma.
em frente fica esta espécie de palácio - a Bela Vista - tão arranjadinho e acolhedor. não me lembro de o ver quando por ali passei um dia a correr, com um gelado de café ou noz a derreter-me em mãos.
é bonito. é de contos de princesas que olham o mar na sua solidão imensa.

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