vou chegar a casa e vou dormir. aqui ainda me é estranha muita coisa.. ainda nao encontrei o meu conforto.
um passo.. dois passos.. uma algazarra no meio do meu caminho.
pararam aqui a sua caravana.
um bando de personagens diferentes, quase cómicas, convidou-me a sentar no seu tapete de cores desbotadas.
o mestre de cerimónias perguntou-me o nome e de seguida apresentou-me o seu clã. a mulher de longos cabelos louros, a escura cigana com a sua bola de cristal. o timido atirador de facas e o domador de feras. a frágil contorcionista irrequieta! e o mágico.. com a cartola balouçando em repouso na sua mão esguia.
olha-me com ar de quem nao precisa, e a quem nao interessa olhar. talvez lhe baste so uma palavra, uma mágica, para me chegar.
sentados aqui a esta quase-luz parecem-me antigos amigos, vividos e cansados da existência de circo. vão partir em breve. e nem tive tempo de os conhecer.
o mestre já foi à frente. o mágico está a ir.. nao vai tardar até irem todos.
deixam-me apenas com um retalho do seu tapete.